Um detento expeliu 57 buchas de maconha e 10 de cocaína no Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart Geraldo Teixeira (HPS), em Juiz de Fora, no último sábado (25). De acordo com a Polícia Militar (PM), o homem, que havia retornado ao presídio após saída temporária, estava sob suspeita de ter ingerido drogas para distribuição dentro da unidade prisional.
Durante o atendimento médico, ele defecou as drogas na própria cama do hospital e tentou arremessar os entorpecentes pela janela, que estava quebrada. Segundo a PM, o cheiro forte chamou a atenção de pessoas do lado de fora do hospital, que acionaram os policiais. As substâncias foram localizadas e apreendidas.
O homem, cujo nome não foi divulgado, foi encaminhado novamente ao presídio.
Policiais penais denunciam insegurança no HPS
Após o episódio, policiais penais procuraram o Folha JF para denunciar a mudança no local de atendimento a detentos dentro do HPS, o que, segundo eles, aumenta o risco de segurança.
Antes, os presos que precisavam de cuidados médicos ficavam isolados em uma cela no terceiro andar do hospital. Agora, os atendimentos acontecem no primeiro andar, em alas compartilhadas com outros pacientes.
De acordo com os agentes, a mudança gera preocupação porque o número de policiais de escolta é pequeno e as condições estruturais não garantem isolamento ou vigilância adequada.
Prefeitura confirma desativação da cela por exigências sanitárias
Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou que a cela do terceiro andar foi desativada, mas justificou que a medida foi tomada “em cumprimento às normas técnicas e legais que regem o funcionamento de unidades hospitalares”.
“A decisão atende a exigências sanitárias, estruturais e assistenciais, com o objetivo de adequar o hospital aos padrões definidos para áreas de internação e ampliar o número de leitos disponíveis à população”, informou o HPS.
A nota também ressalta que, com a reorganização do espaço, a capacidade assistencial do hospital foi ampliada, permitindo o atendimento de mais pacientes do SUS.
“O hospital reitera que todos os pacientes privados de liberdade que necessitam de atendimento médico recebem o mesmo padrão técnico e sanitário destinado a qualquer outro cidadão”, acrescentou a Prefeitura.
Sejusp não comenta decisão do hospital
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) foi procurada e afirmou que não comenta decisões administrativas tomadas pelo HPS.