No coração do bairro Alto dos Passos, em Juiz de Fora, dois imóveis se destacam não apenas pela arquitetura, mas pela rica história que carregam: a sede do Círculo Militar e a Escola Estadual Duque de Caxias. As construções estão oficialmente tombadas como patrimônio histórico do município e ajudam a contar parte da história da cidade, desde o período cafeeiro até a consolidação da rede pública de ensino.
História do Círculo Militar
O imóvel onde hoje funciona o Círculo Militar foi erguido no início do século XX por João Gualberto de Carvalho e Anália Campos, proprietários da Fazenda de Salvaterra, um dos principais centros de produção de café da região naquela época. Em 1957, o local foi adquirido pela União e transformado no clube militar. Segundo registros históricos, o tombamento ocorreu em junho de 2000, por se tratar de um bem inserido no setor histórico do bairro e por ter pertencido a uma família influente no ciclo cafeeiro.
História da Escola Estadual Duque de Caxias
Já a atual Escola Estadual Duque de Caxias tem sua origem por volta de 1930, quando foi construída pelo coronel Álvaro Martins Vilela, inicialmente como residência. Na garagem da casa, funcionou um dos serviços de caridade mais importantes da cidade: a Sala Gota de Leite São José. Essa iniciativa deu origem ao Lactário São José e à Associação de Damas Protetoras da Infância, que ofereciam leite materno e atendimento médico a recém-nascidos carentes.
Na década de 1940, o imóvel foi comprado por Menelick de Carvalho, ex-prefeito de Juiz de Fora entre 1933 e 1936. Após seu falecimento, o Governo de Minas Gerais adquiriu a casa e a transformou na escola estadual que hoje leva o nome do patrono do Exército Brasileiro. Um busto de Duque de Caxias, instalado na parte frontal do prédio, simboliza o novo papel que o espaço passou a desempenhar na vida dos juiz-foranos.
O prédio da Duque de Caxias também foi reconhecido por sua relevância cultural e tombado em maio de 1999, integrando o mesmo setor histórico do Alto dos Passos onde está localizado o Círculo Militar. Além da importância arquitetônica, os dois imóveis dialogam com momentos-chave da formação da cidade: a riqueza gerada pelo café, o avanço das políticas sociais e a expansão do ensino público.
