O Tupi pode contrair um empréstimo de R$ 500 mil com a Magnitude Investimentos e Participações LTDA, empresa que negocia assumir a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube de Juiz de Fora. O pedido será votado nesta segunda-feira (16/06) pelo Conselho Deliberativo do Tupi. Esse empréstimo do Tupi será destinado à montagem do time que vai disputar a Terceira Divisão do Campeonato Mineiro.
O Folha JF conversou com diversos sócios e conselheiros do Tupi para entender os bastidores deste pedido de empréstimo. O tema divide algumas opinões, apesar de nenhum dos lados querer falar publicamente sobre isso. Todos os relatos foram colhidos no anonimato. O consenso, entre apoiadores e opositores é que o Conselho Deliberativo irá aprovar a medida.
Tupi não tem recursos para disputar Tercerinha e por isso precisa de empréstimo
Segundo os sócios que defendem a medida, o empréstimo do Tupi é necessário para disputar a Terceirinha. O Galo Carijó, atualmente, não gera renda. Como o clube vive um péssimo momento, a diretoria considera como quase impossível conseguir recursos junto ao Poder Público ou à iniciativa privada. Portanto, para disputar o torneio será necessário o aporte financeiro junto à Magnitude.
De acordo com a apuração do Folha JF, o pedido de empréstimo será feito dentro da Recuperação Judicial (RJ), já que enquanto a Justiça analisa o pedido de RJ, o clube não pode contrair novas dívidas, salvo se aprovadas pelo Poder Judiciário. Portanto, se o empréstimo for aprovado, a Magnitude se torna credora do Tupi dentro da Recuperação Judicial.
Novo empréstimo do Tupi pode acabar como caso da ACTS, diz oposição
Nos bastidores, alguns sócios são contrários a esse empréstimo do Tupi. Um dos motivos é o fato de que os termos do empréstimo não foram divulgados oficialmente — como taxa de juros, garantias e eventuais consequências caso o processo de recuperação judicial (RJ) não avance. Atualmente, a Recuperação Judicial estima as dívidas do Tupi em R$ 24 milhões. Mas, esse valor pode subir, pois muitos documentos estão sendo analisados.
Mas há paralelos incômodos. Membros do Conselho Deliberativo lembram do episódio com a ACTS, empresa que emprestou R$ 600 mil ao Tupi em 2019, também para montagem de elenco. O clube não conseguiu pagar e hoje a dívida, com juros e correções, ultrapassa R$ 3 milhões. A ACTS, inclusive, tem protocolado ações judiciais que buscam barrar a aprovação da recuperação judicial do Tupi.
Esse mesmo grupo contrário ao empréstimo do Tupi defende que o alvinegro juiz-forano não dispute o Campeonato Mineiro de 2025. Na visão destas pessoas, o ideal é que o clube se esforce em conseguir a aprovação da Recuperação Judicial, arrume a casa e depois retorne com o futebol.
Procurados pela reportagem, nem a diretoria do Tupi, nem a Magnitude se pronunciaram oficialmente até a publicação deste texto.