O setor de formação de condutores vive um dos piores momentos da sua história. Um relatório da Associação Brasileira das Autoescolas (Abrauto) aponta que, nos últimos dois meses, quase metade das autoescolas do país registrou queda superior a 70% no número de matrículas, cenário que, segundo a entidade, coloca o setor “em iminência de colapso financeiro”.
A retração repentina fez o fluxo de caixa despencar. A Abrauto mostra que entre 40% e 60% das autoescolas tiveram queda significativa nas receitas e que quase todas receberam pedidos de devolução de matrículas — um movimento incomum e altamente prejudicial para a saúde financeira das empresas.
Fechamentos e demissões atingem todo o país — e Juiz de Fora sente o impacto
A consequência direta da falta de novos alunos foi o aumento de demissões. A entidade relata que quase todas as autoescuelas dispensaram funcionários, e, em alguns casos, houve encerramento total das atividades. Em Juiz de Fora, a Autoescola Manchester fechou as portas, confirmando que a crise chegou à cidade.
Origem da crise nas autoescolas: declarações do ministro dos Transportes
Segundo a Abrauto, a crise começou imediatamente após as declarações do ministro dos Transportes, Renan Filho, que mencionou a possibilidade de alterar o processo de habilitação no país, permitindo a obtenção da CNH sem passar por autoescola.
A entidade afirma que “a simples menção” dessa proposta foi suficiente para que potenciais alunos desistissem de iniciar o processo de habilitação, aguardando as novas regras.
Até o momento, o governo federal não detalhou como funcionará esse possível novo modelo de formação de condutores, o que mantém o setor em incerteza.