De acordo com o mais recente Ranking de Saneamento 2024, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, Juiz de Fora aparece entre as dez piores cidades do país em acesso a saneamento básico. Um dado que chama atenção: apenas 10,33% do esgoto gerado por aqui estaria sendo tratado.
O relatório, que utiliza dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), também revela que quase 30 mil moradores vivem sem rede de esgoto, mais de 1.600 pessoas estão sem coleta de lixo e outras 3 mil residem em locais vulneráveis a inundações (via G1 Zona da Mata)
O outro lado: Cesama garante que índice atual é de 49,5%
Mas será que a situação está mesmo tão crítica assim? Para a Cesama, não. A Companhia Municipal de Saneamento contesta a leitura do Instituto Trata Brasil e garante: quase metade do esgoto de Juiz de Fora já está sendo tratado.
Segundo dados atualizados em 26 de maio de 2025, divulgados no site da companhia, 49,5% do esgoto da cidade é atualmente tratado.
A Cesama também explica que o número citado pelo Instituto trata-se de um dado defasado, baseado em registros de dois anos atrás — prática comum nos levantamentos nacionais, já que dependem da consolidação do SNIS.
Projetos em andamento e promessas de avanço
A estatal afirma ainda que Juiz de Fora saiu de apenas 7% de esgoto tratado em 2021 para quase 50% agora, resultado de uma série de obras e investimentos. Entre as ações, está a despoluição do Rio Paraibuna e de diversos córregos da cidade, como São Pedro e Tapera, além da integração entre as ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) e a construção de novas elevatórias.
Uma dessas obras está em pleno andamento na Avenida Brasil, com a instalação de 881 metros de tubulação para transportar o esgoto bruto até a Estação União-Indústria, por meio de um método não destrutivo — o que permite a execução sem abrir grandes valas e causar transtornos ao trânsito.
Além disso, ordens de serviço já foram emitidas para a ampliação das redes de coleta, e as empresas responsáveis pelas novas obras já estão se mobilizando.