A partir desta quinta-feira, 1º de maio, o público de Juiz de Fora já pode conferir nos cinemas a estreia de Homem com H, cinebiografia que mergulha fundo na trajetória de Ney Matogrosso — um dos artistas mais únicos, intensos e ousados da música brasileira.
O longa é estrelado por Jesuita Barbosa, que dá vida a Ney em diferentes fases, dos 17 aos quase 50 anos.
Homem com H traz um retrato íntimo e corajoso
Dirigido por Esmir Filho, Homem com H vai muito além da carreira artística: ele se propõe a mostrar o ser humano por trás do ícone, desde a infância em Bela Vista (MS), passando pela relação difícil com o pai militar, até sua consagração nos palcos com o grupo Secos e Molhados e, depois, como artista solo.
É um retrato delicado, visceral e político. Ney desafiou a repressão familiar e da ditadura militar nos anos 1970 e 1980 com um estilo irreverente, sensual e cheio de simbolismos — marca registrada até hoje. “Muita coisa que ele fez foi para contrariar o pai”, conta o diretor. E o filme transita justamente por esse embate entre imposição e liberdade.
De Secos e Molhados a Cazuza
Além de reconstituir os palcos e figurinos icônicos de Ney Matogrosso (incluindo o show “Homem com H”, de 1981), o filme também mergulha nas paixões e relações afetivas do artista. Aparecem figuras como Cazuza (vivido por Jullio Reis), um de seus grandes amores, e Marco de Maria (Bruno Montaleone), companheiro de longa data.
Tudo isso embalado por um repertório de arrepiar: “Rosa de Hiroshima”, “O Vira”, “Bandido Corazón”, “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”, e, claro, “Homem com H”, entre outros sucessos que marcaram gerações.
Um filme para ser sentido
Homem com H é, antes de tudo, um filme sobre liberdade. Sobre ser quem se é, mesmo quando o mundo inteiro parece estar tentando o contrário. Ney Matogrosso é música, é corpo, é presença. E o filme leva tudo isso para a tela, com potência e sensibilidade.
Em tempos de retrocessos e conservadorismo, a chegada do longa aos cinemas é quase um grito. E também um convite: reviver, reconhecer e celebrar a arte de um homem que sempre foi além da norma — e que, com sua voz e sua coragem, ajudou a transformar a história da música e da cultura no Brasil.
O filme está em cartaz no UCI do Independência Shopping, com sessões às 14h30 e 19h20, e no Cinemais do Jardim Norte, com sessões às 15h20, 18h20 e 21h10.