A Superintendência Regional de Educação (SRE) determinou que todas as 23 assembleias escolares que irão deliberar sobre a adesão ao modelo cívico-militar em Juiz de Fora aconteçam simultaneamente no dia 15 de julho, às 19h. Com isso, as reuniões para debater as escolas cívico-militares que estavam marcadas para esta terça e quarta-feira foram adiadas por orientação do órgão estadual.
Em comunicado enviado às direções das escolas, a Superintendência afirmou que a decisão tem o objetivo de “dar à comunidade escolar a oportunidade de participar de forma efetiva e esclarecer as dúvidas, garantindo a transparência e o diálogo, em alinhamento com os princípios e fins da educação nacional”.
Sindicato diz que medida é arbitrária e ocorre após governo Zema perder em votação das escolas cívico-militares
No entanto, a medida tem gerado forte reação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), que representa os profissionais da rede estadual. Para o sindicato, a unificação das datas “é arbitrária e visa enfraquecer a mobilização contrária ao modelo cívico-militar”, além de ferir a autonomia das escolas.
“Um ato totalmente arbitrário que suspendeu as três assembleias que ocorreriam hoje [terça, 08/07]. Isso é um absurdo. Isso está ferindo a autonomia das direções escolares de marcar assembleias nos dias mais adequados às realidades das comunidades escolares”, disse Victoria Mello, representantes do Sind-UTE em Juiz de Fora.
Ainda de acordo com o sindicato, a decisão da Superintendência veio após a Escola Estadual Batista de Oliveira rejeitar a proposta do governo de se tornar cívico-militar, o que teria motivado a imposição de uma data única para as demais assembleias.
“Isso mostra, mais uma vez, que esse projeto das escolas cívico-militares é autoritário, antidemocrático e que vai interferir na autonomia administrativa e pedagógica das escolas”, disse Vic.
O Sind-UTE informou ainda que busca uma reunião com a Superintendência para reverter ou flexibilizar a decisão e garantir que cada escola possa manter sua autonomia no processo de consulta pública. A Secretaria Estadual de Educação foi questionada pelo Folha JF, mas não respondeu até o momento.