Um homicídio brutal chocou Juiz de Fora na madrugada deste domingo (23/3). Após uma briga dentro da boate Madeira’s Lounge, no bairro Aeroporto, Sebastião Felipe Ladeira (foto acima), de 37 anos, foi espancado por oito pessoas e, posteriormente, atropelado. Destes que participaram da Barbárie do Aeroporto, quatro foram presos ainda no domingo, e um quinto foi detido na zona rural da cidade. Outros três permanecem foragidos.
Briga dentro da boate e início das agressões
Segundo relatos de testemunhas e o boletim de ocorrência (B.O.), a confusão começou dentro da casa noturna, tradicional em Juiz de Fora. A vítima estava embriagada e teria discutido com um rapaz, chegando a agredi-lo com uma garrafada. Os seguranças retiraram Sebastião do local, e, segundo o B.O., a boate chegou a trancar as portas para impedir que seus amigos saíssem.
Já do lado de fora, a vítima foi colocada no porta-malas de uma caminhonete e levada para uma rua próxima, onde foi retirada do veículo e espancada por oito pessoas: quatro homens envolvidos na briga dentro da boate, três seguranças e um dos sócios do estabelecimento.
O boletim de ocorrência aponta que os seguranças e o sócio negaram participação na agressão, alegando que apenas acompanharam a situação. No entanto, eles foram presos por omissão de socorro. Os quatro suspeitos de agressão fugiram.
Prisão de novo suspeito e apreensão de caminhonete usada na Barbárie no Aeroporto
No domingo, um dos foragidos foi encontrado e preso em um sítio na zona rural de Juiz de Fora. O homem, que atuava como promoter de uma dupla sertaneja, é apontado como um dos autores das agressões. Além disso, a Polícia Militar apreendeu a caminhonete que teria passado por cima da vítima. O veículo foi encontrado na casa da namorada de um dos suspeitos e tinha manchas de sangue.
Agora, são cinco pessoas detidas: três seguranças, um sócio da boate e o promoter. Na tarde desta segunda-feira (24/03) foi realizada a Audiência de Custódia da Barbárie do Aeroporto. No entanto, até o fechamento desta reportagem, a decisão da Justiça não tinha sido publicada. O Ministério Público pediu que os cinco presos tenham a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.
Delegada afirma que conduta de todos será investigada
As imagens da câmera de monitoramento da boate foram entregues à Polícia Civil nesta segunda-feira (24/03). A delegada Camila Miller, responsável pela investigação da Barbárie do Aeroporto, afirmou que outros vídeos gravados por testemunhas também serão analisados.
“A gente está fazendo várias diligências e pedindo para quem tiver vídeo do momento, do local, para mandar para a polícia, que vai auxiliar muito”, explicou.
Segundo a delegada, a investigação busca identificar quem participou diretamente do espancamento e quem omitiu socorro.
“Não vou diminuir a responsabilidade de ninguém que estava lá, porque todo mundo estava lá na hora em que o rapaz foi agredido e morto. O que a gente vai fazer é individualizar a conduta de cada um”, afirmou.
Camila Miller também ressaltou que a motivação da briga ainda está sendo investigada.
“Eles se desentenderam lá dentro. Aí, a vítima saiu da boate, várias pessoas saíram atrás e acabou culminando no crime”, disse a delegada.
Madeira’s Lounge se pronunciou após Barbárie no Aeroporto
O Madeira’s Lounge divulgou uma nota lamentando o ocorrido e afirmando que preza pela segurança de seus clientes.
“Prezamos pela segurança e pelo bem-estar de nossos clientes e colaboradores, e temos protocolos rigorosos para evitar qualquer tipo de conflito dentro de nossas dependências. Infelizmente, após a saída do estabelecimento, um episódio de violência ocorreu na via pública, resultando em uma tragédia que nos choca e entristece profundamente”, declarou o estabelecimento.
A casa noturna afirmou estar colaborando com as investigações e informou que não abriu no domingo (23), em respeito à vítima.