Nesta quinta-feira (24/07), o juiz Daniel Reche da Motta decidiu pela soltura dos três vigias, apontados como participantes do que ficou conhecido como “caso Rian Rabelo“, em que os quatro teriam cometido um estupro coletivo em um condomínio na Cidade Alta de Juiz Fora.
Na decisão, o juiz entendeu que “investigados são primários, possuem residência fixa, trabalho lícito e não registram antecedentes criminais. Tais circunstâncias demonstram vínculo com o distrito da culpa e baixa periculosidade social aparente, afastando, ao menos neste momento, o risco concreto de fuga”.
Segundo o juiz, “o inquérito policial já tramita há mais de 90 dias, sem que tenha sido concluído. Constata-se que diligências ainda estão pendentes, inexistindo, portanto, previsão de data para o oferecimento de eventual denúncia contra os investigados. Tal quadro configura verdadeiro excesso de prazo, em violação ao princípio constitucional da razoável duração do processo”.
Todos os envolvidos no caso Rian Rabelo estão soltos
Os três terão que ficar pelo menos 300 metros afastados da vítima, não poderão sair de Juiz de Fora e não poderão frequentar bares e afins, além de se apresentarem mensalmente à Justiça.
Com isso, os 4 investigados deste caso, estão soltos. O inquérito policial não tem prazo para acabar.
Relembre o caso
Como trouxemos no Folha JF, o caso aconteceu no domingo (06/04). Uma mulher, de 31 anos, estava em uma festa, no bairro São Mateus, com duas amigas. Elas ficaram embriagadas e sem condições de voltarem dirigindo o carro da vítima. Rian Rabelo, que estava na festa, se ofereceu para levar as mulheres para casa.
Durante o trajeto, segundo o B.O, ele ficou elogiando as mulheres, falando que elas eram bonitas. A vítima ligou para um amigo, explicou a situação e pediu para ir até a casa dela, ajudá-la. As mulheres chegaram em casa e o fotógrafo foi embora, em um carro de aplicativo chamado por esse amigo da vítima.
No entanto, horas depois Rian retornou. Ele conversou com os vigias do condomínio e, minutos depois, entrou no local. Segundo o B.O, imagens do circuito interno mostram ele pulando o muro da casa da vítima, com consentimento dos vigias. Depois, três vigias também entram na casa da vítima.
A vítima, embriagada, disse aos policiais que durante a noite teve flashes do abuso sexual, com dois homens cometendo o estupro e um deles vendo toda a situação. Quando acordou, ela foi até o HPS. O exame realizado no Hospital demonstrou que a vítima teve conjunção carnal recente.
Em meados de abril, a Polícia Civil realizou a prisão de quatro vigias, que também teriam praticado o estupro coletivo. No entanto, dias depois, a PC soltou um deles, após a defesa apresentar que ficou na guarita durante todo o período, não participando efetivamente do crime.
Rian Rabelo permaneceu foragido até maio, quando uma decisão da Justiça determinou que o caso voltasse para a Polícia Civil para a realização de novas diligências. Até agora, o caso está na Polícia Civil, sob segredo.