Foi realizada nesta terça-feira, 10 de junho, a audiência de instrução do processo que investiga a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), e o vereador Julinho Rossignoli (PP), por supostas irregularidades durante a campanha eleitoral de 2024. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
Durante a audiência, cinco pessoas foram ouvidas: três testemunhas e dois informantes. Nem Margarida, nem Julinho prestaram depoimento nesta fase. A partir de agora, as defesas têm dois dias para apresentarem as alegações finais. O julgamento deve ocorrer ainda na próxima semana, segundo apuração feita pela reportagem.
Procurada, a defesa de Julinho preferiu não se manifestar. Já a defesa da prefeita Margarida Salomão não respondeu até o momento. O espaço segue aberto.
Entenda a denúncia contra Margarida e Julinho
O Ministério Público acusa Julinho Rossignoli de se beneficiar politicamente por meio de sua ligação com a ONG A.M.D.A.R., que mantém uma parceria com seis creches da rede pública municipal, todas geridas pela organização social CASCID.
Segundo o MP, no dia 24 de agosto de 2024, durante o período eleitoral, as diretoras dessas creches convocaram cerca de 100 funcionários para uma reunião, na qual Julinho e Margarida teriam solicitado votos — conforme apontam vídeos anexados à denúncia.
O MP também cita que Julinho destinou R$ 900 mil em emendas parlamentares para essas creches no mesmo ano. Parte dos recursos, segundo a investigação, teria retornado para a campanha do vereador, por meio de doações feitas por diretoras das unidades e por funcionários comissionados da Câmara Municipal.
Diante disso, o Ministério Público pede:
- A cassação do mandato de Julinho;
- A devolução de R$ 900 mil aos cofres públicos;
- A anulação dos votos recebidos;
- E a inelegibilidade do parlamentar por oito anos.
No caso de Margarida Salomão, o MP solicita o pagamento de multa, sem pedidos de cassação, inelegibilidade ou anulação de votos.
A reportagem seguirá acompanhando os desdobramentos do caso.