A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou que o empréstimo de R$ 660 milhões solicitado ao BNDES poderá custar até R$ 1.458.469.000,00 aos cofres públicos, caso seja aprovado. A informação foi enviada pela própria prefeitura em resposta ao pedido de esclarecimentos feito pelo vereador Tiago Bonecão (PSD), e está gerando preocupação entre parlamentares da Câmara Municipal.
De acordo com a proposta da PJF, o valor seria repassado pelo BNDES em três parcelas de R$ 220 milhões, distribuídas entre 2026, 2027 e 2028. O pagamento, no entanto, só começaria efetivamente em 2031, após um período de carência de cinco anos, durante o qual seriam pagos apenas os juros da dívida.
A quitação completa da operação ocorreria em um prazo de até 25 anos, ou seja, até 2050. Os juros contratados junto ao BNDES correspondem a 90% da taxa Selic. A prefeitura calcula, em sua estimativa, que a Selic estará em 9,75% a partir de 2029.
Vereadores demonstram preocupação com pagamento do empréstimo de R$ 660 milhões
Vereadores da situação e da oposição ouvidos pelo repórter Matheus Brum, do Folha JF, se mostraram preocupados com dois pontos principais: a extensão do prazo de pagamento, que compromete várias gestões futuras, e a possibilidade de que o custo final da operação seja ainda maior, caso a taxa Selic suba além da previsão oficial da Prefeitura.
Apesar das dúvidas sobre o modelo de pagamento, há consenso entre os parlamentares quanto à importância das obras que devem ser viabilizadas com o empréstimo de R$ 660 milhões. A lista completa de projetos será discutida durante a audiência pública marcada para esta terça-feira (22/04), às 14h, na Câmara Municipal. O encontro deve indicar o clima político e as chances de aprovação da operação financeira.
O andamento da proposta da Prefeitura de Juiz de Fora na Câmara Municipal pode ser acompanhada neste link.
Obras a serem executadas com empréstimo de R$ 660 milhões
- Revitalização e urbanização do Centro Histórico de Juiz de Fora – R$ 220 milhões
- Ciclovia e requalificação das margens do Rio Paraibuna – R$ 150 milhões
- Construção da Quinta Adutora – R$ 160 milhões
- Estação de Tratamento de Água de Chapéu D’Uvas – R$ 40 milhões
- Usinagem de resíduos sólidos – R$ 50 milhões
- Governança Digital e Inteligente – R$ 60 milhões