A partir do dia 11 de abril, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) iniciará oficialmente o uso do novo sistema de gestão em saúde pública chamado de Sistema Pronto, voltado às unidades básicas de saúde (UBSs) do município. Com investimento de R$ 6 milhões, o objetivo da administração municipal é tornar o atendimento do SUS mais tecnológico, ágil e acessível.
No entanto, a substituição do atual sistema gratuito fornecido pelo Ministério da Saúde, o e-SUS APS, por um modelo privado tem gerado preocupação entre profissionais de saúde e motivado investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Segundo denúncias recebidas pelos órgãos, há temores quanto à possível perda de dados de pacientes durante a migração entre os sistemas. Além disso, como o Sistema Pronto não está vinculado diretamente ao Ministério da Saúde, surgem preocupações sobre o acesso a prontuários médicos por profissionais de outras cidades, caso um juiz-forano precise de atendimento fora do município.
Em nota, o Ministério Público informou que instaurou procedimento para averiguar os aspectos envolvidos na transição e que “enviou ofício para a PJF com questionamentos para saber se não haverá perda de informações”.
O CRM também acompanha de perto a mudança para o Sistema Pronto. De acordo com o conselho, “foram realizadas duas visitas técnicas a UBSs, e o relatório já foi encaminhado à Prefeitura de Juiz de Fora”. A entidade aguarda resposta do Executivo municipal para avaliar a segurança e funcionalidade do novo sistema.
PJF defende Sistema Pronto e diz que não haverá perda de dados
A Prefeitura de Juiz de Fora, por sua vez, afirma que o Sistema Pronto representa “a modernização da gestão em saúde”, com funcionalidades integradas que vão desde o agendamento de consultas e prontuário eletrônico até a gestão de farmácia e outros serviços oferecidos pelo SUS.
Segundo a nota oficial enviada pela PJF, “a migração de dados está sendo supervisionada, sem risco de perda de informações”. A administração municipal ainda destaca que “há backup em nuvem, conforme normas do Ministério da Saúde” e que “a estrutura do sistema é integrada com a Rede Nacional de Dados em Saúde”.
Entre os pontos positivos apontados pela Prefeitura está a agilidade no atendimento e maior rastreabilidade das ações de saúde, com foco em resultados mais eficientes para o cidadão usuário do SUS em Juiz de Fora.