O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se manifestou nas redes sociais nesta sexta (18) contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Zema, trata-se de “mais um ato absurdo de perseguição política”, reforçando seu apoio ao aliado de 2022.
O vice-governador de Minas, Mateus Simões, também se posicionou. Para ele, o caso representa “um novo e sombrio capítulo do sistema judicial brasileiro”. Ambos são pré-candidatos para as eleições de 2026: Zema para a Presidência da República e Simões para o governo mineiro.
A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, que investiga uma possível tentativa de fuga do país por parte de Bolsonaro. Os investigadores apontaram indícios de que o ex-presidente estaria articulando essa saída após o agravamento das investigações e das tensões diplomáticas com os Estados Unidos. Um dos elementos que chamou atenção foi a declaração de Bolsonaro condicionando o fim das sanções norte-americanas contra o Brasil à sua própria anistia — declaração feita em coletiva.
Além disso, a PF encontrou aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-presidente, em Brasília. Embora não seja ilegal manter dinheiro em casa, valores acima de US$ 10 mil devem ser declarados à Receita Federal em caso de entrada ou saída do país.
As medidas cautelares impostas incluem:
- Uso de tornozeleira eletrônica
- Recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h) e nos fins de semana
- Proibição de acessar redes sociais
- Proibição de contato com outros investigados e réus
- Proibição de se comunicar com embaixadores ou diplomatas estrangeiros
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que recebeu “com surpresa e indignação” a imposição das medidas e informou que irá se manifestar após ter acesso integral à decisão judicial.
Enquanto isso, aliados do ex-presidente — incluindo seus filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro — também criticaram duramente as medidas nas redes sociais, alegando perseguição e abuso de autoridade por parte do STF.
O caso segue no STF e poderá evoluir para um pedido de prisão preventiva, caso Bolsonaro descumpra as determinações judiciais ou insista em tentar interferir nas investigações.