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20/06/2025
Anderson Narciso
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Em Juiz de Fora com O Cravo e a Rosa, Paloma Bernardi fala sobre viver Catarina e sua trajetória no teatro

Em entrevista ao FOLHA JF, a atriz Paloma Bernardi sobre o desafio de viver Catarina em O Cravo e a Rosa.
O Cravo e a Rosa peça Paloma Bernardi atriz
Imagem: Divulgação/Luciano Gurgel.

A clássica história de amor de O Cravo e a Rosa ganhou uma nova vida nos palcos e chega a Juiz de Fora neste fim de semana. A peça tem apresentações na sexta, sábado e domingo no Teatro Paschoal Carlos Magno – com os ingressos para a apresentação de sexta já esgotados.

Quem dá vida à icônica Catarina é a atriz Paloma Bernardi, que conversou com exclusividade com o Folha JF sobre o desafio e a realização de interpretar uma personagem tão amada pelo público brasileiro.

Paloma revelou que tem uma conexão afetiva muito grande com a obra, que, assim como para muitos brasileiros, fez parte da sua infância.

Cresci desejando fazer novela, e quando assisti O Cravo e a Rosa, me encantei com aquele universo. Hoje, dar vida à Catarina no teatro é um presente que a vida me deu e a certeza de que tudo que potencializamos em pensamento pode sim acontecer de alguma forma”, contou a atriz.

Desafio e responsabilidade com a peça O Cravo e a Rosa

Paloma Bernardi entrevista ao Folha JF
Imagem: Divulgação/Luciano Gurgel.

Interpretar um papel eternizado por Adriana Esteves na TV não é tarefa simples. Paloma admite que existe uma grande responsabilidade, mas também deixa claro que o teatro permite trazer uma nova versão da personagem.

Não é sobre imitar. É sobre homenagear. Eu trago a minha própria Catarina, com outro olhar, outro tom”, explicou.

O espetáculo é baseado na novela escrita por Walcyr Carrasco, que, por sua vez, se inspira na obra A Megera Domada, de William Shakespeare.

A história de Catarina e Petruchio, interpretado por Marcelo Faria, fala sobre amor, respeito, diferenças e construção conjunta — temas que seguem muito atuais.

Para Paloma, um dos maiores trunfos da peça é justamente equilibrar o humor com reflexões profundas sobre igualdade de gênero, empatia e relações amorosas. “A gente ri, se emociona e sai refletindo. O humor se torna uma ferramenta poderosa para gerar essa reflexão de forma leve”, afirmou.

Entrevista com Paloma Bernardi para a peça O Cravo e a Rosa

Folha JF: Paloma, você comentou em entrevista recente que assistia à novela O Cravo e a Rosa sonhando em, um dia, estar na televisão. Como é, hoje, dar vida à Catarina nos palcos e transformar esse sonho de infância em realidade?

Paloma Bernardi: É realmente muito simbólico pra mim. Cresci desejando fazer novela, e quando assisti O Cravo e a Rosa, me encantei com aquele universo e sonhei de fato estar ali. Hoje, dar vida à Catarina no teatro é um presente que a vida me deu e a certeza de que tudo que potencializamos em pensamento pode sim acontecer de alguma forma.

Você sente alguma pressão em interpretar uma personagem que é tão icônica e querida pelo público, especialmente quando foi eternizada pela Adriana Esteves na TV?

Paloma: Existe, sim, uma responsabilidade, porque é uma personagem muito amada e eternizada pela Adriana Esteves, que fez um trabalho impecável. Mas o teatro me permite trazer a minha própria Catarina, com outro olhar, outro tom, sem tentar imitar, mas sim homenagear. E isso torna o processo mais leve e mais verdadeiro.

A peça aborda temas importantes como igualdade de gênero, voto feminino e relações amorosas de forma leve e divertida. Como foi, pra você, equilibrar esse humor com uma mensagem que ainda é tão atual?

Paloma: Esse é, sem dúvida, um dos maiores trunfos do texto. A gente se diverte, ri, se emociona, mas sai refletindo sobre temas que continuam muito atuais. O humor se torna uma ferramenta poderosa para gerar essa reflexão de forma leve. E é muito bonito ver como o público percebe essas camadas da história.

Na sua visão, qual é o maior desafio e, ao mesmo tempo, a maior beleza de adaptar uma obra tão conhecida da televisão para o teatro?

Paloma: O maior desafio é justamente atender à expectativa do público que ama a história, sem cair na comparação direta com a TV. E a maior beleza é a troca ao vivo, a magia de ver essa história ganhando uma nova vida, com outra energia, outro ritmo, e ainda assim trazendo identificação e memória afetiva.

Você passou pela TV, pelo cinema e pelo teatro. O que, pra você, o teatro entrega que nenhuma outra linguagem consegue?

Paloma: O teatro entrega presença. A troca é instantânea, é viva, é aqui e agora. A cada sessão, algo diferente acontece. Nenhuma outra linguagem me oferece essa sensação de estar completamente entregue, junto do público. É uma energia que só quem vive o palco consegue entender.

O Cravo e a Rosa peça Paloma Bernardi atriz
Imagem: Divulgação/Luciano Gurgel.

A gente sabe que o teatro exige uma troca muito intensa com o público. Como tem sido essa experiência de sentir, ao vivo, as reações das pessoas que cresceram assistindo O Cravo e a Rosa?

Paloma: É uma delícia! A gente sente na hora a reação, o riso, o suspiro, o olhar emocionado. E é muito bonito perceber que essa obra atravessa gerações. Tem quem assistiu na infância, quem está conhecendo agora… e todos se conectam. O público faz parte 100% do nosso espetáculo. É uma construção conjunta, e isso é muito especial.

Você comentou que acredita que o teatro deveria ser uma disciplina obrigatória nas escolas. Por que você vê essa importância e o quanto isso te moldou como artista e pessoa?

Paloma: Eu acredito que o teatro desenvolve empatia, comunicação, criatividade, escuta, trabalho em grupo… e isso não serve só pra quem quer ser artista, serve pra vida. O teatro me moldou como profissional e, principalmente, como ser humano. E se fosse uma prática desde a infância, a gente teria uma sociedade mais empática, mais sensível, mais preparada pra ouvir e se colocar no lugar do outro.

O espetáculo também fala sobre vulnerabilidade, amor, diferenças e sobre como crescer junto do outro sem perder a própria essência. O que você, pessoalmente, aprendeu com a Catarina?

Paloma: Que a gente pode ser forte, firme, ter opinião… sem perder a capacidade de amar, de se abrir, de construir junto. Catarina me ensinou muito sobre vulnerabilidade e sobre não abrir mão da própria essência. E mais: que não precisamos nos moldar pra caber na vida do outro, mas sim construir algo juntos, que respeite quem somos.

Você traz essa peça agora pra Juiz de Fora, uma cidade que tem uma cena cultural muito forte. Como é, pra você, levar esse espetáculo para diferentes cidades do Brasil, e qual é a sua expectativa para o público juiz-forano?

Paloma: É uma alegria enorme. Levar essa peça para diferentes cidades é perceber como essa história fala com todo mundo, em qualquer lugar. Minha expectativa é de muita troca, muito carinho e, claro, muita diversão. Juiz de Fora tem uma cena cultural vibrante, e eu estou muito feliz de poder estar aqui e viver isso junto com o público da cidade.

O Cravo e a Rosa Juiz de Fora
Imagem: Divulgação.

Serviço — O Cravo e a Rosa em Juiz de Fora

  • Datas: Sexta (20) e sábado (21) às 20h, e domingo (22) às 19h
  • Local: Teatro Paschoal Carlos Magno (Rua Gilberto de Alencar, 1 – Centro)
  • Ingressos: À venda pela plataforma MegaBilheteria
  • Classificação: Livre

O público juiz-forano poderá se encantar, se emocionar e se divertir com essa nova leitura de uma história que mora no coração de muitos brasileiros.

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