Morreu, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina e referência da música brasileira. A morte ocorreu na noite deste domingo (2), em Belo Horizonte, e foi confirmada pela família do artista na manhã desta segunda-feira (3).
De acordo com informações do hospital onde estava internado, Lô faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado na UTI desde o dia 17 de outubro, após sofrer uma intoxicação por medicamentos. No dia 25, havia passado por um procedimento de traqueostomia.
Lô borges e o clube da esquina marcaram gerações na música brasileira
Salomão Borges Filho nasceu e cresceu em Santa Tereza, bairro que se tornaria berço de encontros musicais lendários. Foi ainda menino que cruzou com um então jovem Milton Nascimento, iniciando uma parceria profunda e duradoura.
Com o tempo, outros nomes se somaram, e as esquinas de Belo Horizonte deram origem a uma das obras mais influentes do país, uma mistura de poesia, mineiridade e experimentação.
Em 1972, o artista assinou ao lado de Milton o disco “Clube da Esquina”, considerado por muitos críticos o maior álbum já produzido no Brasil. No mesmo ano, lançou o icônico “Disco do Tênis”, consolidando de vez seu talento como compositor. Do repertório de Lô, nasceram clássicos como “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul” e “Um girassol da cor do seu cabelo”, canções que atravessaram gerações e continuam sendo redescobertas.
Nos últimos anos, o artista retomou o ritmo de gravações, lançando álbuns anuais desde 2019. O mais recente, “Céu de Giz”, foi lançado em agosto em parceria com Zeca Baleiro.
Lô Borges deixa uma obra que atravessa gerações e reafirma o papel de Minas Gerais como berço de alguns dos maiores nomes da música popular brasileira.