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João Carriço: o homem que colocou Juiz de Fora no mapa do cinejornalismo brasileiro

Cinegrafista registrou décadas da história da cidade em filmes exibidos localmente e também em capitais como o Rio de Janeiro. Parte do acervo de João Carriço foi jogada no Rio Paraibuna nos anos 1970
João Carriço, de Juiz de Fora, é um dos nomes mais importantes do cinejornalismo brasileiro
João Carriço, de Juiz de Fora, é um dos nomes mais importantes do cinejornalismo brasileiro (Acervo / Funalfa)

Juiz de Fora guarda em sua história um capítulo pouco conhecido, mas fundamental para a memória audiovisual do Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1950, a cidade foi referência em cinejornalismo, graças ao trabalho pioneiro de João Carriço, criador da Carriço Film.

As imagens captadas por João Gonçaves Carriço (1886-1959), hoje raras, registraram o cotidiano da cidade por décadas, como explicao livro “João Carriço, o amigo do povo”, de Martha Sirimarco. João Carriço é considerado um dos pais do cinejornalismo brasileiro e responsável por registrar o cotidiano de Juiz de Fora durante décadas e levar o nome da cidade pelos principais jornais do país.

Juiz de Fora exibida no Cine Popular e em outros cinemas do Brasil

As gravações eram exibidas no antigo Cine Popular, localizado onde hoje está a Avenida Getúlio Vargas. Carriço filmou o cotidiano da cidade entre as décadas de 1930 e 1950.

Durante as décadas de 1930, 40 e 50, Carriço registrou carnavais, partidas de futebol, visitas presidenciais e eventos políticos, consolidando um acervo audiovisual de valor histórico inestimável. Esses cinejornais eram exibidios em Juiz de Fora, mas também mostrados em outras cidades, como Rio de Janeiro. Ou seja, através das lentes de Carriço, o cotidiano de Juiz de Fora era conhecido ao redor do Brasil.

Carriço também era conhecido por sua proximidade com o antigo PTB e com Getúlio Vargas, tendo filmado diversas visitas do ex-presidente à cidade. Vargas gostava de Juiz de Fora, tendo inclusive comemorado aniversário nas fazendas que exisitam no município.

Acervo de João Carriço foi parar no Rio Paraibuna e destruído em incêndio

No entanto, a história ganhou contornos trágicos. Antes de falecer, em 1959, Carriço doou parte do seu acervo à Prefeitura de Juiz de Fora, e seu filho, Manoel Carriço, completou a doação posteriormente. Mas, em 1973, durante a gestão do então prefeito Itamar Franco (1973/74), os filmes foram jogados no Rio Paraibuna.

A justificativa oficial foi de que os rolos de filmes ocupavam espaço no Paço Municipal e, por serem inflamáveis, poderiam causar incêndios. O que sobrou foi enviado à Cinemateca Brasileira, em São Paulo, mas um incêndio em 1982 destruiu boa parte do acervo que ainda existia”.

Como assistir ao acervo de João Carriço?

Apesar dos filmes jogados no Rio Paraibuna e perdidos no incêndio da Cinemateca, ainda há registros de João Carriço disponíveis para pesquisadores e amantes do cinema.

As imagens podem ser vistas na própria Cinemateca ou na sede da Funalfa, onde há o Anfiteatro João Carriço. Na Cinemateca é possível saber quais os cinejornais estão disponíveis no acervo, para quando for ao local, assistir.

Na Funalfa é necessário agendar a visita para assistir aos cinejornais.

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