Na noite deste sábado (04), a partida entre JF Vôlei e Montes Claros foi paralisada no final do terceiro set, devido a uma acusação de racismo praticada por um torcedor juiz-forano.
As imagens da JF TV Câmara mostram o empresário César Gabriel Nassif Bilheiro sendo retirado pelos seguranças. De acordo com o boletim de ocorrência, o empresário teria chamado o treinador do Montes Claros de “preto” e “você é um macaco”. Três testemunhas confirmaram as palavras ditas por César. O empresário, por sua vez, negou. E informou aos policiais que chamou o treinador de “chorão”, como toda a torcida o JF Vôlei. Na hora do fato, a comissão técnica visitante estava reclamando de uma marcação da arbitragem.
Acusado de racismo é liberado sem audiência de custódia
Diante dos fatos, César foi preso. No entanto, na manhã deste domingo (05), ele foi liberado, sem precisar passar pela audiência de custódia. No processo, que é público, o Ministério Público pediu a soltura do empresário, alegando que “as circunstâncias pessoais do autuado – primário – permitem concluir que a prisão preventiva não se mostra necessária, inexistindo elementos concretos que indiquem risco à ordem pública, à instrução processual ou à aplicação da lei penal”.
O juiz Daniel Reche da Motta concordou com o MP e liberou o empresário. No entanto, o Folha JF apurou com policiais civis e advogados, eles informaram ser muito inusual a liberação de presos sem a audiência de custódia, que serve para avaliar o caso de pessoas detidas. Segundo essas fontes, a prisão foi legal, cumpriu os trâmites. E que a audiência de custódia seria necessária para justamente ouvir a versão do custodiado sobre possíveis ilegalidades a respeito da prisão.
No processo, não há a indicação do advogado que faz a defesa de César Gabriel. Portanto, o espaço segue em aberto para que o empresário se manifeste.