Um levantamento recente revelou um dado preocupante: quase um terço dos jovens brasileiros entre 14 e 17 anos já experimentou bebidas alcoólicas, mesmo com a proibição de venda para menores de 18 anos. A informação foi citada durante uma audiência da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas, realizada nesta quarta-feira (22), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Os dados são da 3ª edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado em setembro, e mostram que 29,5% das meninas e 25,8% dos meninos nessa faixa etária já consumiram álcool ao menos uma vez. No último ano, 21,6% das meninas e 16,7% dos meninos relataram ter bebido. O estudo também aponta que o consumo feminino ultrapassou o masculino em todas as faixas analisadas.
Consumo de alcool entre jovens brasileiros ascende alerta
Durante o debate, a deputada Delegada Sheila (PL), presidente da comissão, destacou a sanção da Lei Federal 15.234, que aumenta a pena de quem fornece bebidas alcoólicas a menores — podendo chegar até metade a mais se o jovem efetivamente consumir o produto. A parlamentar ressaltou que o álcool e o tabaco continuam sendo portas de entrada para drogas ilícitas e estão relacionados a situações de vulnerabilidade, como violência, acidentes, gravidez precoce e suicídios.
A diretora da Subsecretaria de Políticas sobre Drogas da Sejusp, Letícia Ferreira de Barros Vieira, explicou que as ações do Estado têm foco na prevenção e ocorrem principalmente nas escolas. Entre os programas citados estão o Proerd, que atua em mais de 480 municípios mineiros, e o Programa Cria – Prevenção e Cidadania, voltado à conscientização de crianças e adolescentes.
“O consumo precoce de álcool tem impactos que ultrapassam a saúde. É um problema social, educacional e familiar, e só pode ser enfrentado com trabalho em rede”, concluiu a deputada Delegada Sheila.