Alguns convites dizem mais do que mil palavras. E o que chegou às mãos da bailarina Luciana Sagioro, de apenas 19 anos, foi exatamente isso: o reconhecimento de uma trajetória construída com coragem, disciplina e amor pela arte.
Natural de Juiz de Fora, Luciana foi convidada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para um jantar de honra no Palais de l’Élysée, sede da presidência francesa, em Paris. O evento, que acontecerá no próximo 5 de junho, também contará com a presença do presidente Lula e da primeira-dama Janja, celebrando os laços culturais entre Brasil e França.
“Receber esse convite é mais do que uma honra pessoal. É um gesto que toca a alma de milhares de brasileiros que sonham viver da arte”, escreveu Luciana ao compartilhar a novidade. “Meu papel agora é ser espelho para quem sonha como eu sonhei. Porque eu sei: isso pode mudar destinos inteiros.”
Quando o palco encontra o propósito
A história de Luciana com o balé começou cedo, aos 3 anos de idade, e foi paixão à primeira pirueta. Aos 8, já sabia que queria dançar pelo resto da vida. Enquanto outras crianças se animavam com festas, ela se encantava com ensaios. “Eu me sentia mais feliz indo para a aula de balé do que para qualquer comemoração. Foi ali que percebi: isso é o que me completa”, relembrou ela em entrevista ao G1.
Aos 10 anos, Juiz de Fora ficou para trás. Ela se mudou para o Rio de Janeiro com uma ajudante da família para estudar na Petite Danse, uma das escolas de balé mais respeitadas do país. E foi ali que os primeiros grandes saltos começaram — literalmente e simbolicamente.
Luciana Sagioro, a brasileira que fez história na Ópera de Paris
Aos 15 anos, Luciana conquistou o 3º lugar no Prix de Lausanne, na Suíça — um dos concursos mais prestigiados do mundo da dança, conhecido como a “olimpíada do balé”. O resultado lhe rendeu oito bolsas de estudo em escolas da Europa. Uma delas? A cobiçada Escola da Ópera de Paris.
Luciana foi a primeira brasileira da história a ser aceita na instituição. E mais: conquistou um contrato vitalício com a companhia, algo raríssimo para uma artista tão jovem. Em menos de um ano, foi promovida ao cargo de coryphée, passando a liderar o corpo de baile.
Um convite que representa muito mais
O jantar no Palácio do Eliseu não é apenas um evento diplomático. Para Luciana, é um símbolo. É o momento em que a arte brasileira, a dança, e os sonhos de tantas meninas e meninos que se dedicam diariamente nos palcos e estúdios, ganham um lugar à mesa onde decisões importantes do mundo são tomadas.