O homem preso pela Polícia Civil de Minas Gerais durante a Operação Dose Clandestina, deflagrada na última terça-feira (21) em Juiz de Fora, foi solto nesta quinta-feira (23) após audiência de custódia. Wagner Roberto Pereira da Silva, de 50 anos, foi detido por suspeita de produzir e armazenar bebidas alcoólicas adulteradas em um depósito irregular localizado na região do bairro São Benedito.
A liberdade provisória foi concedida mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 3 mil, conforme decisão do juiz Emerson Marques Cubeiro dos Santos. Segundo a decisão judicial, o réu é primário, não praticou crime com violência ou grave ameaça e todo o material ilícito já foi apreendido pela Polícia Civil.
Operação Dose Clandestina em Juiz de Fora fiscalizou bebida adulterada
A prisão de Wagner ocorreu durante a operação que revelou um depósito com mais de 8 mil litros de bebidas alcoólicas, especialmente cachaça, armazenadas em condições consideradas insalubres pela perícia.
De acordo com a delegada Bianca Mondaini e o inspetor Anderson “Gibi”, coordenadores da ação, o local apresentava presença de fezes de rato e recipientes plásticos sem vedação ou certificação para uso alimentício, um deles usado originalmente para transporte de combustível.
Segundo a investigação, o suspeito misturava madeiras de procedência desconhecida e frutas para alterar a cor, o sabor e o aroma da bebida, em tentativa de simular o envelhecimento da cachaça.
Ministério Público queria prisão preventiva
Durante a audiência de custódia, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva, alegando a gravidade do caso e o risco à saúde pública.
A defesa, no entanto, sustentou que Wagner não representa risco de fuga nem ameaça à investigação, o que foi acatado pelo juiz. Além da fiança, ele deverá comparecer a todos os atos do inquérito e do processo criminal e não poderá deixar Juiz de Fora por mais de oito dias sem autorização judicial.
O que se sabe até agora
A Operação Dose Clandestina teve como objetivo identificar e desarticular esquemas de produção irregular e adulteração de bebidas alcoólicas. Segundo a Polícia Civil, a estimativa é que o local abrigasse entre 7 mil e 8 mil litros de cachaça sem qualquer controle sanitário ou rotulagem.
Os produtos apreendidos foram encaminhados para análise laboratorial e o depósito foi interditado pela Vigilância Sanitária e pelo Procon Municipal. O caso segue sob investigação