A votação que irá definir se 23 colégios estaduais de Juiz de Fora aderem ou não ao modelo de escolas cívico-militares sofreu nova alteração por parte da Superintendência Regional de Educação (SRE). A assembleia, que estava prevista para o dia 15, foi antecipada para a próxima segunda-feira (14/07).
Além da mudança de data, a superintendência impôs uma regra de quórum mínimo para que as assembleias possam ser realizadas. Em ofício enviado às escolas, o órgão informou que será exigida a presença de pelo menos 10% dos estudantes e responsáveis e 30% dos profissionais da educação.
“Caso esse número não seja atingido, a assembleia será remarcada, com intervalo mínimo de dois dias úteis”, informou o comunicado.
Na prática, se uma escola possui mil alunos, pelo menos 100 estudantes ou responsáveis precisam comparecer. Se houver 100 profissionais na unidade, 30 deles precisam participar da votação. O objetivo declarado da superintendência é “respeitar as novas datas e o prazo limite para finalização do processo”.
Férias e incerteza
A decisão, no entanto, ocorre em um momento delicado. Conforme apurado pelo Folha JF, a maioria das escolas entra em recesso escolar na próxima semana, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade de atingir o quórum mínimo exigido. O cenário torna incerta a realização das assembleias e o próprio desfecho do processo.
Tanto grupos favoráveis quanto contrários ao modelo cívico-militar avaliam que a sequência de alterações e exigências adotadas pela Superintendência expõe um nível elevado de desorganização e torna o resultado ainda mais imprevisível.
O projeto de escolas cívico-militares em Minas
A implantação das escolas cívico-militares faz parte de um projeto do Governo Zema (Novo), que selecionou 700 escolas em todo o estado de Minas Gerais para adoção do modelo. Cabe às comunidades escolares decidirem, por maioria simples, se desejam aderir ou não.
Em Juiz de Fora, 24 escolas foram selecionadas, mas apenas uma já votou: a Escola Estadual Batista de Oliveira, que rejeitou a proposta.