Parte fundamental da história da industrialização no Brasil passa por Juiz de Fora. E mais precisamente, por uma área emblemática da cidade: onde hoje estão localizados o Mercado Municipal, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), a PAC e o Castelinho da Cemig.
Para entender a importância histórica desta região, é necessário voltar no tempo. Na década de 1880, os cafeicultores de Juiz de Fora começaram a investir no setor industrial, impulsionando o crescimento do serviço manufatureiro. Contudo, para expandir a produção, era preciso resolver um desafio essencial: o fornecimento de energia elétrica.
Bernardo Mascarenhas e a criação da Usina de Marmelos
Foi então que Bernardo Mascarenhas, um dos maiores empresários da época no setor têxtil, se uniu a outros industriais para criar a Companhia Mineira de Eletricidade, que funcionava justamente onde hoje se encontra o Castelinho da Cemig. A iniciativa pioneira resultou na construção da Usina de Marmelos, um marco não apenas para Juiz de Fora, mas para todo o continente.
Com a inauguração da usina, Juiz de Fora tornou-se a primeira cidade da América Latina a ter iluminação pública elétrica e também a primeira a contar com uma hidrelétrica em operação. O feito impulsionou o desenvolvimento da região, atraindo mais investimentos e consolidando a cidade como referência industrial.
Já no século XX, a região continuou a evoluir com a chegada do Mercado Municipal, que reabriu suas portas após uma ampla e cuidadosa restauração, há muito tempo desejada pela população de Juiz de Fora. O mercado é mais um símbolo da força histórica e cultural do local.
Essa conexão direta entre o passado e o presente é o que torna a área onde ficam o CCBM, a PAC e o Mercado Municipal tão especial — um verdadeiro berço de inovação e progresso que marcou a história da cidade e do Brasil.