Minas Gerais registrou o maior número de mortes no trânsito em rodovias federais de todo o Brasil em 2024. De acordo com o anuário da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado em 2025, foram 794 óbitos no estado ao longo do ano, além de 9.756 pessoas feridas, das quais 2.763 em estado grave.
O levantamento evidencia a gravidade da violência no trânsito mineiro e reforça a necessidade de medidas que combinem fiscalização mais rigorosa, melhorias na infraestrutura viária e maior conscientização dos motoristas.
Perfil das vítimas de mortes no trânsito em Minas Gerais
Entre os grupos mais atingidos, os ocupantes de carros de passeio lideram as estatísticas: foram 5.728 feridos (1.058 graves) e 312 mortos. Em seguida, aparecem os motociclistas, com 3.473 feridos (1.024 graves) e 171 mortes. Já os caminhoneiros registraram 1.407 feridos (331 graves) e 133 óbitos. Também foram contabilizadas 671 vítimas entre passageiros de ônibus, com 62 mortes, e 477 feridos em outros tipos de veículos, que somaram 116 óbitos.
O papel dos fatores emocionais
Para a psicóloga Fernanda Rocha, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, os dados revelam não apenas falhas estruturais, mas também o impacto de fatores emocionais e comportamentais na direção.
“Muitas vezes, o condutor subestima os riscos. Noites mal dormidas, consumo de álcool no dia anterior e emoções de alta intensidade (raiva, estresse e até alegria) podem impactar na redução da capacidade de consciência, atenção e tomada de decisão no trânsito, aumentando as chances de acidentes”, afirma.
Ela destaca ainda que o uso do celular ao volante já figura como a terceira maior causa de mortes no trânsito no Brasil. “Pequenas atitudes como evitar distrações, respeitar a sinalização e planejar a viagem com antecedência podem salvar vidas”, completa a especialista.
Cenário nacional
Em todo o país, a PRF registrou 73.156 sinistros em rodovias federais no ano passado, resultando em 6.160 mortes – o equivalente a mais de 16 óbitos por dia.
Com os números, Minas Gerais se consolida como um dos estados que mais preocupam no mapa da violência viária, chamando atenção para a urgência de políticas públicas e ações educativas que possam reduzir a imprudência e salvar vidas.